segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Prosa romântica no século XXI

Romance urbano 
Apresentação do amor como o entendia na mentalidade romântica da época, com um amor sublimado, idealizado, capaz de renúncias, de sacrifícios, de heroísmos e até de crimes, mas redimindo-se pela própria força acrisoladora de sua intensidade e de sua paixão.
A partir da notável percepção de algumas caracteríticas desse estilo de época acreditamos que podem ser comparadas a alguns filmes românticos.
Um deles, que é um exemplo de filme preferido da maioria dos jovens é Um amor para recordar.
Com a presença do Subjetivismo onde o mundo do romântico gira em torno de seu "eu": do que ele sente, do que ele pensa, do que ele quer há também a exaltação do amor refletida nas atitudes, nos gestos, no sentimento mútuo dos personagens no filme, amor e morte, pois Jamie (a personagem principal) possuía leucemia e Landon (o ator principal) correu contra o tempo para poder realizar todos os sonhos de sua namorada antes que a morte os separasse além de sentimentalismo melancólico, desarmonias, e etc. 

Trailer: Um Amor Para Recordar. (A Walk To Remember). 

 




Romance regionalista 
Capitães da Areia - Jorge Amado (1937)

 Antônio Houaiss, no pósfacio do livro, confessou sentir inveja dos que vão ler os “adultificados” adolescentes (muitos deles crianças) de “Capitães...” pela primeira vez, defende o Jorge pela coragem em denunciar o descaso da sociedade (isso nos anos 30) com relação aos meninos de rua jogados ao deus-dará

Em “Capitães...” (que todo mundo troca a preposição “DA” por “DE”), Jorge exemplifica como e por que os trombadinhas existem, resistem, insistem, persistem e subsistem nestes tantos brasis, mesmo com a crítica pernóstica ostentando Jorge como vítima de suas próprias idealizações, como se a problemática dos menores abandonados fosse algo idealizado, só encontrado na ficção. A "cidade alta" com seus bairros ricos (Barra, Vitória e Graça) é que serve de cenário na história.  


Pedro Bala é o chefe de um grupo de jovens arruaceiros que roubam para sobreviver (é só você abrir os jornais todos os dias para encontrar vários deles por lá). 
Nunca ninguém havia mencionado em literatura um bando de jovens que engenhosamente desafia as autoridades, roubando a classe privilegiada e dividindo o produto do roubo entre os seus camaradas subnutridos. Talvez você lembre de Robin Hood (o herói mítico inglês, fora-da-lei que roubava dos ricos para dar aos pobres, no tempo do Rei Ricardo Coração de Leão), mas ele não pode ser comparado à vida dos meninos de rua em Salvador – até os dias de hoje, em pleno século XXI.
   
As denúncias feitas por Jorge são coisas assustadoramente contemporâneas (nada mudou). O reformatório é um antro de crueldades e a polícia os caçam como adultos antes de se tornarem um.  
O homossexualismo é comum no grupo, mesmo que em dado momento Pedro Bala tente impedi-lo, e todos eles estejam acostumados a "derrubar negrinhas" no areal.

Com os “Capitães...” aprendemos que “as crianças pobres são desgraçadas em toda parte, que os ricos perseguem e mandam em toda parte”, que “os homens valentes têm uma estrela no lugar do coração” e que “só a miséria dos homens é terrível”, além da maneira de Exu, orixá que representa o movimento, Jorge soube se comunicar com elites e camadas populares e transitou livremente entre a identidade e a verdadeira criação. Mas o Sistema de Repressão às crianças delinqüentes continua tão falho quanto nos anos 30, quando o livro foi escrito. Não se recupera ninguém em instituições fechadas que desrespeitam e punem, ao invés de educarem.  

Ps: (“CAPITÃES DA AREIA” de Jorge Amado, romance, Série Grandes da Literatura Brasileira, 250 págs, São Paulo, Círculo do Livro – 1937).


Romances históricos e indianistas  
Se na música de Lenine alguns dos índios que fizeram – na ficção e na realidade – a História do país podem ser vários e ao mesmo tempo só um, na literatura a representação do indígena se confunde com a formação da identidade nacional. Do heroísmo romântico de José de Alencar e Castro Alves ao heroísmo desconstruído pelos modernistas, os índios reafirmaram a identidade de cada um de nós. Todos brasileiros.

Lenine - Tubi Tupy



Letra:
Eu sou feito do resto de estrelas
Como o corvo, o carvalho e o carvão
As sementes nasceram das cinzas
De uma delas depois da explosão
Sou o índio da estrela veloz e brilhante
Que é forte como o jabuti
O de antes de agora em diante
E o distante galáxias daqui

Canibal tropical, qual o pau
Que dá nome a nação, renasci
Natural, analógico e digital
Libertado astronauta tupi
Eu sou feito do resto de estrelas
Daquelas primeiras, depois da explosão,
Sou semente nascendo das cinzas,
Sou o corvo, o carvalho, o carvão

Meu nome é tupy
Guaicuru
Meu nome é Peri
De Ceci
Sou neto de Caramuru
Sou Galdino, Juruna e Raoni

E no Cosmos de onde eu vim
Com a imagem do caos
Me projeto futuro sem fim
Pelo espaço num tour sideral
Minhas roupas estampam em cores
A beleza do caos atual
As misérias e mil esplendores
Do planeta Neanderthal

Meu nome é tupy
Guaicuru
Meu nome é Peri
De Ceci
Sou neto de Caramuru
Sou Galdino, Juruna e Raoni



Postado por: Keyse Costa e Maiara Correia
Fontes: Wikipédia; Jornal o Rebate; ConexaoAluno.rj; Vagalume e YouTube

1 comentários:

Unknown disse...

E Amor para Recordar se você ler o livro perceberá que ele tem quase todas as caracteristicas da 2ª geração romantica. Se não leu, então leia, porque é muito bom. E assim como em outros casos o livro infinitamente melhor q o filme.

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